domingo, 9 de setembro de 2012

22 de setembro.

E vem chegando a primavera, lenta e devagar.
As flores por uma cidade inteira e parece que nascem só para você, parece que nascem de você.
Cada rosa, cada margarida, cada violeta,
Cada uma que brota neste mês de setembro é parte tua, é toda parte.
Então, ando pela cidade não sentindo mais tua falta,
Pois em cada árvore deste rio de janeiro sinto tua presença,
Em cada jardim ou varanda florida vejo um dos teus sorrisos.
Primavera, prima ingrata.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

suedA,


Amor, a morte presumida com gesto de adeus.
Você morreu, assim como eu.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012




Buraco em pensamento,vazio da cama...
E silêncio entre o que pensava e o que não contei.
Não há escolha entre o que permanece e o que desaparece.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Psicografia.


Acordo de olhos fechados, vejo uma roupagem diferente, não tenho mais cor e nem mais som.
Mas ainda pareço ser o mesmo. Levanto a cabeça e ando, minhas pernas ainda parecem as mesmas.Olho para a palma da minha mão e ela ainda é a mesma. Passo a mão em meus cabelos e eles não mudaram.Ainda penso e ainda questiono onde estou ou o que estou sentindo. Eu ainda sou o mesmo.
Mas alguma coisa mudou e eu não sei dizer o que é. Acho que criei asas imaginárias, peso cerca de 20 quilos no momento e existe uma luz, ah, uma luz, tão forte que quase me cega.
Se eu me esforçar, consigo ouvir algumas vozes, mas não entendo o que querem me dizer
ou quem são suas donas.

Minha memória não é a mesma, não lembro a última vez que precisei respirar. Acho que morri, mas ainda não tenho certeza.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Soldado.


Ando para frente como quem não tem passado para trás,
Ando em frente almejando ainda o canto dos sabiás,
Levanto a cabeça e sigo como fiel, rezando para deus me perdoar.

A luz do dia me incomoda muito, quando vejo todos os estragos nítidos, todos bem claros,
Não é aquela ferida ainda aberta ou o cheiro de carne podre que exalo,
O que vejo é pior, um buraco muito maior,
E não falo do buraco onde meus amigos estão enterrados.
Falo do vazio,
Solitário é o guerreiro que abandona sua casa.

De noite tenho frio, tenho medo, tenho tudo.
Tento apagar todas as imagens da minha cabeça,
Mas é impossível, porque mesmo sem elas, eu ainda ouço som.
Canto, canto como forma de prece, canto para esquecer todos os outros terríveis sons que ouço, Aos poucos minha música me acalma.
Letras e melodias são agora minha família.

Um dia sei que vamos nos encontrar, então marcho,
Marcho por você, meu amor.
Levanto a cabeça na direção do sol e lá estou eu,
Vestido para mais um dia de branco, de preto e de moribundo.

sábado, 7 de janeiro de 2012

novo ano.


Cinzas escuras, como pulmão fumante em fim de vida, voando no céu azul. Muito barulho com alguns minutos de silêncio, minutos internos. Movimento retardado e retilíneo e uma enorme explosão. Parecia tempestade, parecia chuva caindo, parecia fim.

Alguma montanha distante, com nuvens claras pairando pelos coqueiros, água quente e muito calor. Uma aldeia distante, com pescadores mudos e casas sem pintura. Sem muito movimento, sem muita emoção. Parece agora recompensa, parece agora liberdade, parece agora começo.