sábado, 6 de novembro de 2010

Correnteza.

Uma madeira arranhada, passo por cima, entro no mármore. Despeço-me das pesadas vestimentas,uma por uma, lentamente... Sons ao jorrarem a liberdade de se estar escalvado, cascata sonora. Na pele, um frio, um calor e um tanto faz. Não vejo mais com a clareza e pureza, mesmo sendo tão pura e clara o que passa pelos olhos, a visão agora é imperfeita, é baça. Aos poucos uma essência confunde meu olfato. E agora, com todos os sentidos aguçados, desordenados e desanuviados, ali esqueço do mundo, esqueço da vida que passa e dos segundos que levam até a minha próxima respiração, afogada pela própria palma da minha mão. Os poros se abrem aos poucos, as pontas dos dedos começam a murchar e toda calmaria vai embora com o fim da correnteza.
Como o sol que nasce, prontifica e morre todo dia, o banho termina e a vida segue, sempre segue.

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