terça-feira, 21 de junho de 2011

altura.


Se para o homem faltava asas, agora é como se completo estivesse. O ápice da evolução da espécie:com razão, corpo fortalecido e asas.
O céu, o glorioso céu, onde ilustram o nosso paraíso, entre nuvens de algodão doce e o antigo templo de Zeus, agora rota das asas do homem.

Lembro a primeira vez que subi num avião, a caminho de Espírito Santo, lembro que tinha 11 anos e lembro também que parecia imortal. De cima via pontos que poderiam ser cabeças, árvores ou o tanto faz , se perdiam entre o verde, o azul, o amarelo e o arco íris de coisas não identificadas. Queria abraçar todas as miniaturas, eu ali tão pequena, parecia gigante entre todas as paisagens que iam perdendo nitidez a cada cenário novo. Eu poderia ali ser mais que o presidente da república, mais que todos os reis da monarquia antiga e mais que qualquer título de realeza, eu estava no céu, onde somente os anjos poderiam me alcançar.

Enquanto me aproximava da terra, lembro de imaginar o avião se perdendo e sem achar o caminho de volta, eu ficara ali, voando entre meus sonhos e o suco de laranja.
Quando pisei em terra firme, diminui de novo, parecia a mesma criança que havia entrado pelas portas daquele avião, mas não, era outra, havia deixado parte de mim ao lado do piloto na cabine e a outra parte perdida entre a claridade e a neblina.

"Uma vez tendo experimentado voar, caminharás para sempre sobre a Terra de olhos postos no Céu, pois é para lá que tencionas voltar."
Leonardo da Vinci